Se a vela é o esporte que mais trouxe medalhas de ouro para o Brasil, o atletismo é responsável por ter nos dado o primeiro bicampeão olímpico. O responsável foi uma lenda do salto triplo: Adhemar Ferreira da Silva.
O atleta participou pela primeira vez das Olimpíadas em Londres 1948, a primeira após um hiato de 12 anos sem a realização dos Jogos por conta da Segunda Guerra Mundial. Acabou na oitava colocação. A entrada no panteão dos heróis olímpicos veio nas edições seguintes.
Em Helsinque 1952, saltou 16 metros e 22 centímetros para ficar com o ouro — na comemoração do título inédito, deu a primeira volta olímpica da história em um estádio. O bicampeonato veio em Melbourne 1956, quando alcançou 16 metros e 35 centímetros. Em Roma 1960, o brasileiro ficou no 14º lugar.
A lenda de Adhemar Ferreira da Silva não se resume aos ouros olímpicos, já que quebrou o recorde mundial em cinco oportunidade e foi tricampeão dos Jogos Pan-americanos.
Ligação com grandes clubes
Curiosamente, as conquistas olímpicas vieram defendendo clubes tradicionalmente ligados ao futebol. Na primeira, era atleta do São Paulo, pelo qual foi vinculado de 1946 a 1955. Na segunda, usava as cores do Vasco, sendo cruzmaltino de 1955 até 1960, ano em que levou o último título da carreira: o Carioca de Salto Triplo.
Até por isso, está eternizado no escudo do São Paulo. Se as estrelas vermelhas remetem ao tricampeonato mundial de futebol, as douradas representam os recordes mundiais quebrados por Adhemar Ferreira da Silva em Helsinque 1952 e nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México 1955.
Paulistano com currículo invejável
Filho único, Adhemar Ferreira da Silva nasceu no bairro da Casa Verde, em São Paulo (SP), em 29 de setembro de 1927. Integrante do Hall da Fama do Atletismo, morreu em 12 de janeiro de 2001, em São Paulo (SP), vítima de parada cardíaca após internação dias antes por broncopneumonia.
Adhemar era formado em Direito, Belas Artes, Relações Públicas e Educação Física, falava vários idiomas, foi adido cultural do Brasil na Nigéria, colunista do jornal ‘Última Hora’ e atuou em ‘Orfeu Negro’, filme vencedor da Palma de Ouro, em 1959, em Cannes, e do Oscar de Filme Estrangeiro, em 1960.
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