Defender seu país em uma competição de nível mundial é o auge da carreira de qualquer atleta. E parte desse sonho tornou-se realidade para o ala Felipe Valério, convocado na primeira relação da seleção brasileira de futsal para a disputa da Copa do Mundo, no Uzbequistão, em setembro.
O jogador do El Pozo Murcia, da Espanha, é um dos 15 nomes da relação do técnico Marquinhos Xavier e terá a chance de jogar o primeiro mundial da carreira. Um chamado que foi cercado de orgulho e certa surpresa.
– Cara, não, realmente não esperava (a conovocação) porque eu estava comentando com a minha esposa que, quando se trata de seleção brasileira, você não espera ser lembrado numa Copa do Mundo porque são, no mínimo, 30 opções de jogadores que são craques que podem ir. Então, acho que até o último momento ali tem aquele nervosismo, aquela ansiedade, seu nome estar ali. Acho que foi um dos dias mais felizes no esporte, assim, que é o principal, que é a Copa do Mundo. Fiquei muito nervoso, muito ansioso. Graças a Deus deu certo – contou.
Felipe, de 31 anos, é nascido em Suzano, na Grande São Paulo, mas foi criado no Itaim Paulista, extremo leste da capital. O início da carreira foi defendendo as cores do Grêmio Mogiano, de Mogi das Cruzes, também na região metropolitana paulista.
Foram duas temporadas no adulto em Mogi até rumar ao tradicional Carlos Barbosa, do Rio Grande do Sul, onde ficou por quatro anos. Em 2018, o ala se transferiu para o El Pozo e, nesta temporada, vai para o sétimo ciclo junto à equipe. Período de amadurecimento.
– Acho que aprendi muito não só como atleta, mas como pessoa. Acho que aqui na Espanha eu evoluí muito na questão tática, porque eles são muito detalhistas em jogadas, na parte tática. Então, nessa parte eu evoluí muito. E como homem também, né? Como família, como cabeça. Você está com a família fora do seu país, tem que dar um passo para frente sempre. Eu acho que chego no meu melhor momento.
Experiência que abriu portas para vestir a camisa verde e amarela. Desde 2017, Felipe soma 33 jogos e 15 gols pela seleção e os títulos da Copa das Nações, em 2023, e da Copa América, neste ano. Embora parte do ciclo, o ala não está garantido na relação final da Copa do Mundo, já que a lista de 15 será reduzida a 14.
A preparação começa no dia 10 de agosto, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, onde fica até o dia 21. Em seguida, ainda na Cidade Maravilhosa, o time fará um novo período de treinos até 2 de setembro, quando acontece a viagem para o Uzbequistão. No país sede, o Brasil fará dois amistosos contra os donos da casa nos dias 6 e 8.
– Estou feliz porque fiz parte desde o começo desse ciclo. Já fui para a seleção antes, mas nesse ciclo eu praticamente estava no primeiro jogo, que foi contra o Marrocos. Tive todo o ciclo. E sempre quando alguém me pergunta isso, eu falo: cara, a seleção é um ambiente maravilhoso, está um ambiente muito bom. A gente sabe deixar o ego de lado. Somos um grupo. A gente chega ali e todo mundo quer ganhar, quer vencer com a camisa da seleção. E eu acho que a gente conseguiu criar um time, que é o mais difícil, né? Individualmente não tem o que falar. E eu acho que agora, coletivamente, estamos muito fortes para chegar lá. E individualmente temos o nosso talento, que todo mundo sabe que o brasileiro é talentoso.
Cabeça de chave do Grupo B, o Brasil terá como rivais na primeira fase Croácia, Cuba e Tailândia. A estreia será contra os cubanos no dia 14 de setembro, às 9h30 (horário de Brasília), em Bucara, sede da chave.
– Falando sobre a primeira fase: Tailândia, Croácia, Cuba. Tailândia tem uma seleção muito boa, Croácia tem uma seleção muito boa, Cuba eu ainda não conheço muito, mas o mundial está bastante no nosso radar. A parte técnica do time nos deixa tudo bem mais claro. Tailândia e Croácia são seleções muito boas e vão nos preparar bem para, se formos para o playoff, chegarmos bem.
Por ora, apenas parte do sonho do ala foi realizado. A realização completa é uma só: o título. E para alcançar o feito, Felipe Valério vai ter que ajudar o time a quebrar o jejum de conquistas na Copa do Mundo, que dura 12 anos.
Maior campeão com seis títulos, o Brasil não ergue a taça desde 2012, quando derrotou a Espanha na decisão, na Tailândia. Na última edição, em 2021, na Lituânia, os brasileiros terminaram na terceira colocação.
– Estaremos muito focados, queremos muito quebrar esse jejum de tempo que o Brasil não ganha e ser campeão mundial. Tenho certeza que dedicação não vai faltar, vontade não vai faltar, e vamos dar o nosso melhor para que possamos sair com esse título que é tão importante para a nossa seleção e para o Brasil inteiro.
– Ser campeão da Copa do Mundo. Eu acho que éo máximo. Acho que quando você chega na Copa do Mundo é a realização de um sonho, né? Porque é um campeonato que tem os melhores. E eu acho que ganhar a Copa do Mundo é o meu maior sonho – finalizou.