A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo apoia a campanha Junho Vermelho, dedicada a conscientizar sobre a importância da doação de sangue e atrair mais voluntários para as unidades de saúde. Criada pela Lei Estadual 16.389/2017, a ação solidária busca salvar vidas, além de ser rápida e segura para quem a realiza.
O movimento foi inspirado no Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado no dia 14 deste mês. A data surgiu em homenagem a Karl Landsteiner, pesquisador que descobriu o fator Rh [proteína que pode estar presente ou não nos glóbulos vermelhos do sangue] e as diferenças entre os tipos sanguíneos: A, B, AB e O.
É lei
O Parlamento Paulista já criou cerca de dez normas sobre o assunto. Uma das mais significativas é a Lei 3.415/1982 [atualizada pela Lei 4.186/1984], que criou a “Fundação Pró-Sangue – Hemocentro de São Paulo”. A instituição está entre os cinco maiores bancos de sangue da América Latina. Dentre suas diversas atividades, a entidade centraliza e controla a qualidade do sangue coletado e doado, bem como desenvolve estudos e pesquisas em hematologia.
Outra norma importante é a Lei 12.147/2005, que isenta o doador de sangue do pagamento de taxas de inscrição em concursos públicos. Para ter direito ao benefício, é necessário comprovar que o gesto não tenha sido feito menos de três vezes em doze meses.
Já a Lei 3.365/1956 dispõe que o militar ou servidor público civil fica dispensado da assinatura de ponto onde trabalha, desde que comprovada a doação mediante atestado oficial da instituição.
Há também a Lei 5.504/1986, que criou a instalação de postos para efetuar transfusões de sangue em possíveis acidentes ocorridos nas rodovias dos Imigrantes, Bandeirantes, Castelo Branco, Régis Bittencourt, Via Anhanguera e Via Anchieta.
E, ainda, a Lei 7.850/1992, que criou o Dia Estadual do Doador de Sangue, celebrado em 25 de novembro.
Como doar
De acordo com a Fundação Pró-Sangue – Hemocentro de São Paulo, o doador precisa estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 quilos, evitar alimentos gordurosos quatro horas antes à ação e ter dormido pelo menos 6 horas.
No entanto, existem algumas restrições temporárias, tais como: gravidez, amamentação, ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação, gripe ou resfriado, anemia, hipertensão, febre, dengue, malária, febre amarela, covid-19, herpes ou vacinação recente.
Há, ainda, alguns impedimentos definitivos, como o uso de drogas ilícitas injetáveis, Aids, doenças de Parkinson e Chagas, hepatites B e C, ou ainda, tê-la contraído após os 11 anos de idade.
Para doar, é necessário levar documento de identidade original com foto. Os pontos de coleta são os Hemocentros de São Paulo, Botucatu, São José do Rio Preto, Marília, Ribeirão Preto e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Além disso, a Fundação Pró-Sangue disponibiliza coleta externa de doação de sangue em parceria com empresas, universidades e comunidades. O serviço funciona de segunda a quinta-feira.
Os interessados também podem agendar sua doação pelo: Link
O processo dura cerca de 40 minutos e abrange oito passos: cadastro, teste de anemia, checagem dos sinais vitais e peso, triagem clínica, voto de autoexclusão, coleta do sangue, lanche e caminho da bolsa até a transfusão.
O volume coletado não ultrapassa 15% da quantidade sanguínea do doador e o organismo repõe o sangue, naturalmente, em até 24 horas após a doação.
Dúvidas e informações podem ser obtidas pelo “Alô Pró-Sangue”, no telefone (11) 4573-7800.
Solidariedade
O deputado Major Mecca (PL) liderou uma campanha de doação de sangue no Hospital de Base de São José do Rio Preto, que atende cerca de dois milhões de usuários. Um gesto que ajudou a repor os estoques da unidade que estavam baixos.
“A doação de sangue é um ato de amor e solidariedade que pode salvar vidas. Cada doação pode ajudar até 4 pessoas. É importante que as pessoas se conscientizem da importância da doação de sangue e façam a sua parte”, afirmou o deputado.
Já o parlamentar Edmir Chedid (União) contou que há mais de um ano fez sua última doação de sangue. “Na época, acreditei estar simplesmente ajudando outras pessoas, mas o destino reservava uma surpresa: um AVC [acidente cardiovascular] mudou minha vida no ano passado e, ironicamente, fui salvo pela solidariedade de outros doadores. Essa experiência reforçou a importância da doação de sangue, um gesto simples e de altruísmo, que pode salvar inúmeras vidas, inclusive a própria”, disse.
Chedid ainda explicou que cada bolsa de sangue doada pode ser fracionada em diferentes componentes, beneficiando várias pessoas em situações diversas, como cirurgias, tratamentos de doenças crônicas e emergências médicas.
“No meu caso, fui testemunha direta do quanto essa atitude pode ser vital. Por isso, agradeço profundamente a todos que já doaram e encorajo aqueles que ainda não tiveram essa oportunidade a considerarem esse ato de generosidade. A doação é um ato de ajuda à comunidade e um lembrete de que a solidariedade e o cuidado com o próximo fazem toda a diferença. Ela simboliza a esperança renovada. Uma vida salva é uma prova de que juntos somos mais fortes”, finalizou Chedid.
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