Durante a década de 1990, Paula e Hortência protagonizaram uma das rivalidades mais marcantes do basquete nacional — mesmo com o respeito conquistado jogando lado a lado pela Seleção Brasileira.
Conhecida como Rainha do Basquete, Hortência, campeã mundial em 1994, relembrou em entrevista ao CNN Esportes S/A sobre a conexão que as duas compartilhavam na quadra.
“Aconteceu de eu ter nascido na mesma geração que a Paula, porque nós duas tivemos uma conexão muito forte. E nós duas, juntas, elevamos o nome do basquete brasileiro“, contou Hortência.
“Uns falavam: ‘Ah, a Paula é melhor’, outros falavam: ‘Ah, a Hortência é melhor’. E, no fundo, eu treinava para ser melhor que ela, e a Paula treinava para ser melhor que eu, porque isso estava na mídia o tempo todo. E isso foi bom para o basquete. Essa rivalidade — de quem torcia para a Paula, de quem torcia para mim — foi muito gritante. Isso elevou a audiência, e os jornais venderam”, acrescentou a ex-jogadora.
Hortência ressaltou que a rivalidade entre as duas era saúdavel, e que o protagonismo de ambas no basquete ajudava a popularizar o esporte no país.
“Isso tudo gerou uma revanche muito interessante para o esporte brasileiro. Eu acho que essa disputa tem que existir, como existe hoje entre Corinthians e Palmeiras, no futebol, e também como existe no vôlei. Nós nunca fomos amigas íntimas, mas eu tenho muito respeito pela Paula. Ela foi a pessoa mais importante da minha vida profissional. Porque nasceu na mesma geração que eu, a gente brigava entre si, mas aquela briga era profissional”, contou Hortência.
Segunda ela, o respeito mútuo era tanto que Paula foi madrinha de casamento de Hortência.
Apesar da tensão competitiva, Hortência ressalta o respeito que sempre teve por Paula, a quem considera uma peça fundamental em sua trajetória.
“Eu a admirava. No fundo, essa disputa me fez trazer minha maior concorrente para ser minha maior motivadora”, disse.
Maior ponturadora na história da Seleção Brasileira de Basquete — com 3.160 pontos —, Hortência fez questão de reforçar que, apesar das diferenças, nunca houve inimizade entre as duas.
“Ela nunca foi minha inimiga, porque ela me ajudou. E se ela me ajudou, não pode ter sido minha inimiga. Eu acho que tudo vem do respeito. Se você respeitar a pessoa que está jogando com você, se você respeitar o seu adversário, não existe sentimento de destruição — pelo contrário. Como é que eu vou achar que a Paula tinha um sentimento de destruição comigo, se ela estava me ajudando a elevar o nome do meu país?”, finalizou a ex-atleta.
CNN Esportes S/A
Com Hortência, o CNN Esportes S/A chega à 90ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.
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