Reportagem de: Vitor Gianluca
Ex-vereador de Ferraz de Vasconcelos Flávio Batista de Souza (PODE), conhecido na cidade como “Inha”, teve o pedido de liberdade atendido pela Justiça após renunciar ao cargo de parlamentar, na última segunda-feira (12). Ele estava preso por conta da Operação Munditia, deflagrada pelo Ministério Público do estado de São Paulo (MP-SP), em abril.
A Operação Munditia desvendou um complexo esquema de fraude em licitações a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital). Foram cumpridos 42 mandados de busca, sendo 29 na região do Alto Tietê. Entre as cidades “visitadas” pela força-tarefa do MP-SP estão Mogi das Cruzes, Poá, Suzano, Guararema, Ferraz de Vasconcelos e Arujá, além de Guarulhos, Jacareí, Itatiba e Cubatão.
Documentos apreendidos pelo MP-SP revelaram tentativas do PCC de manipular licitações nas cidades que estão na mira da investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Empresário, Inha chegou ao cargo de presidente da Câmara de Ferraz de Vasconcelos no 3º mandato e foi detido durante a operação. Foi eleito pela última vez em 2020, com 1.843 votos. No início desta semana, ele renunciou ao cargo de parlamentar e teve a liberdade concedida pela Justiça. O ex-parlamentar é pai de Ewerton de Lissa Souza, pré-candidato a vereador em Ferraz de Vasconcelos pelo Podemos.
O Diário entrou em contato com o partido Podemos, do qual Inha é filiado para entender o futuro do parlamentar, até o momento, sem resposta. A assessoria pessoal não foi identificada e localizada. Além disso, foi feito o contato com a Câmara Municipal de Ferraz de Vasconcelos sobre a expectativa para o sucessor do Legislativo, ainda não definido.
Operação Munditia
O esquema revelado pela Operação Munditia não se limita a uma área restrita. Apesar da maior parte dos mandados de busca e apreensão estar no Alto Tietê (29 dos 42), o escândalo se estendia por 18 cidades, incluindo a Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e interior. O valor dos contratos afetados supera a marca de R$ 200 milhões.
A operação foi deflagrada no dia 16 de abril e teve início com o monitoramento de áudios de integrantes do PCC, levando à identificação de um conluio liderado por pessoas ligadas à organização criminosa. O trabalho envolve 27 promotores de Justiça.