Reportagem de: Vitor Gianluca
Receber o diagnóstico de uma doença grave é uma situação pra lá de delicada. Ainda mais, durante a pandemia. Sandra Portugal (57), de Biritiba Mirim, foi diagnosticada com câncer de mama no início de 2021, quando mais de 30 mil pessoas morriam por Covid-19 no país. Três anos depois, curada, ela diz ter encarado o problema de frente e com positividade ter superado o tratamento fisicamente doloroso.
Diagnóstico e tratamento
No dia do diagnóstico, Sandra confessa ter desabado. “Me senti sem chão, chorei bastante ao sair do médico“, lembra Sandra. Porém, após o primeiro choro, ela conta que não chorou mais. “Encarei o problema de frente. Sempre fui muito positiva em relação ao tratamento”, diz.
De acordo com ela, a parte mais dolorosa do tratamento contra o câncer de mama é uma série de “picadas” para a realização de exames e infusão de medicamentos. Isso, sem contar as sessões de quimioterapia, tratamento utilizado para destruir as células cancerosas ou impedir que elas se multipliquem no organismo. “A quimioterapia judia muito da gente. Você fica sem energia. Fiz 8 ciclos a cada 21 dias“, afirma Sandra.
No dia 6 de outubro de 2021, após o término das sessões de quimioterpia, Sandra fez a cirurgia. “Fiz a cirurgia de mastectomia esquerda, quadrante da mama direita e esvaziamento axilar dos dois lados. Depois, fiz 33 sessões de radioterapia”, relata.
O filho de Sandra, Mateus Costa (25), vivenciou a luta da mãe de perto e cita os sintomas físicos que ela sentiu ao longo do tratamento. “Ela estava debilitada, com dores nas juntas, nas pernas, no corpo, por conta das sessões de quimioterapia que ela estava fazendo. Sentia cansaço, dores de cabeça e ondas de calor“, comenta o filho.
Positividade e cura
Apesar de todos os sintomas relatados, Sandra não se deixou abalar. “A parte psicológica dela foi importante para a recuperação. Se fisicamente ela não estava boa, psicologicamente ela nunca esteve tão bem. Ela sempre se manteve muito otimista, positiva e focada, sabendo que aquilo era apenas uma fase que ela seria capaz de superar. Acredito que a parte psicológica foi o principal para curar ela”, diz Costa.
Outro ponto que ajudou a dar forças a ela, foi o apoio dos amigos e da família. “Muitas conhecidas minhas que tiveram o problema me visitaram e conversávamos sempre. E tive muito apoio de minhas irmãs e filhos”, conta Sandra.
Segundo Adriano Baeta, médico especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, a forma de encarar pode sim fazer a diferença. “Com certeza o lado psicológico é muito importante. Começa pelo médico, que passa uma maneira positiva para a paciente encarar as coisas. Por isso, é importante que a pessoa passe com um médico cuidadoso e atencioso. Quando o profissional diz que a paciente é capaz de vencer aquela situação, ela vai fazer as coisas com esperança e com garra. Existem casos, em que a pessoa que já realizou o tratamento e se curou, porém ela não foi bem tratada psicologicamente e acredita ter o problema”, relata Baeta.
Reconstrução
Hoje, Sandra está na fase final da recuperação, realiza exames a cada seis meses para ver se está tudo bem e concilia o bloqueio hormonal, com medicação diária pelos próximos dois anos.
Após superar a dor do tratamento contra o câncer de mama, as sessões de quimioterapia, radioterapia e a cirurgia, ela está animada com a nova fase, que promove a reconstrução dos seios, iniciada em fevereiro deste ano com conclusão prevista para o final de 2025. “Já fiz duas cirurgias plásticas de reconstrução. São lipoenxertias e depois será colocada a prótese”.
Após vencer mais uma batalha, Sandra comemora a saúde e ressalta a importância dela. “Tive várias (lutas), mas saúde é tudo, né? Sem ela não podemos batalhar as outras que aparecem na nossa vida”, finaliza.