“É sobre a cor da minha pele“, diz ginasta que perdeu bronze em Paris

Jordan Chiles, ginasta norte-americana que perdeu a medalha de bronze no solo da ginástica artística na Olimpíada de Paris, deu uma entrevista emocionada sobre a polêmica. “O processo tirou a pessoa que eu sou”, ela afirmou em evento realizado pela revista Forbes.

A ginasta americana Chiles perdeu sua primeira medalha olímpica individual depois que a equipe romena de ginástica contestou a decisão de revisar a pontuação final no solo para o Tribunal Arbitral do Esporte (CAS).

O CAS finalmente manteve o desafio, o que significa que o bronze da estrela americana foi para a romena Ana Bǎrbosu. Na quarta-feira, Chiles disse que toda a provação a afetou profundamente.

“A maior coisa que foi tirada de mim foi o reconhecimento de quem eu era. Não apenas meu esporte, mas a pessoa que eu sou”, disse ela ao Power Women’s Summit, da Forbes, emocionada.

Ela recebeu uma salva de palmas do público que assistia enquanto ela terminava de falar.

“Para mim, tudo o que aconteceu não é sobre a medalha. É sobre a cor da minha pele. É sobre o fato de que houve coisas que levaram a essa posição de ser uma atleta. E eu senti como se tudo tivesse sido tirado. Eu me senti de volta a 2018, quando eu perdi o amor pelo esporte. Eu o perdi novamente. Eu sinto que realmente fui deixada no escuro”, completou.

Chiles disse que teve uma treinadora que foi emocionalmente e verbalmente abusiva com ela em 2018 e que “não tinha a capacidade de usar a voz ou ser ouvida” e  acrescentou que a situação na Olimpíada trouxe de volta emoções semelhantes.

A ginasta já havia falado sobre sua treinadora abusiva, mas nunca a nomeou. Ela comentou ainda sobre o “enorme pedágio na saúde mental” que os comentários da técnica tiveram quando ela considerou desistir da ginástica.

“Ela me chamou de gorda. Ela disse que eu parecia um donut. ‘Você vai comer isso hoje?’ E era como: ‘Bem, eu não estou comendo, porque você acabou de ativar meu cérebro’, e foi muito, muito difícil para mim”, disse Chiles a um programa norte-americano em 2021.

A CNN entrou em contato com o Comitê Olímpico Internacional, com a Federação Internacional de Ginástica e o CAS para falar sobre a declaração de Chiles, mas não teve resposta.

Entenda o caso

Chiles recebeu o bronze no solo feminino nos Jogos de 2024 depois que seus treinadores contestaram a pontuação inicial, que havia a colocado em quinto lugar. Eles pediram revisão da nota de dificuldade da coreografia.

A vitória foi histórica e marcou, pela primeira vez na história da ginástica, um pódio todo ocupado por mulheres negras.

Em uma demonstração de espírito esportivo, Chiles sugeriu que ela e a medalhista de prata Simone Biles se curvassem de brincadeira para Rebeca Andrade, que ganhou o ouro. O movimento foi capturado em uma foto icônica que instantaneamente fez história no esporte.

Simone Biles e Jordan Chiles reverenciam Rebeca Andrade no pódio do solo em Paris 2024
Simone Biles e Jordan Chiles reverenciam Rebeca Andrade no pódio do solo em Paris 2024 • Elsa/Getty Images

A Federação Romena de Ginástica entrou com um recurso oficial no CAS para analisar as circunstâncias da decisão de revisar a pontuação de Chiles. A entidade alegou que a contestação da equipe dos EUA ocorreu quatro segundos após o prazo de um minuto permitido aos treinadores para solicitarem alguma mudança.

O CAS decidiu aceitar o recurso da equipe da Romênia e, mais tarde, foi anunciado que o bronze seria concedido a Barbosu.

Tanto o Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA (USOPC) quanto a USA Gymnastics (USAG) disseram que apelaram da decisão e também alegaram que o CAS inicialmente enviou “comunicações cruciais” para os e-mail errados. Como resultado, as partes não conseguiram se preparar adequadamente para a audiência.

“É uma imagem. Mas eu faço história e sempre continuarei fazendo história. É algo que eu fiz corretamente. Eu segui as regras. Meu treinador seguiu as regras. Fizemos tudo que era totalmente e completamente certo. Sinto que eles tiraram tudo e estavam tentando colocar o nome ‘ginástica’ a frente disso”, completou.

O USAG também expressou preocupações sobre o Dr. Hamid G. Gharavi, chefe do painel que decidiu revogar a medalha de Chiles, já que ele representou a Romênia em casos de arbitragem anteriores.

O CAS diz que nenhuma das partes envolvidas se opôs à nomeação de Gharavi para o painel, mas o USAG alega que nunca foi informado de seus laços com a Romênia.

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