A decisão da CBF em realizar a partida entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta (4), não agradou em nada a diretoria do Botafogo. Nesta segunda (2), Vinícius Assumpção, vice-presidente do clube associativo, detonou a entidade, afirmando que o fato “destrói” a isonomia do Campeonato Brasileiro.
“A CBF determina portões fechados para Cruzeiro e Palmeiras numa clara atitude de favorecimento ao alviverde paulista. A CBF destrói a isonomia do campeonato e prejudicada claramente o Cruzeiro e o Botafogo. Este absurdo não pode ser mantido”, escreveu Vinícius Assumpção no “X”.
Botafogo e Palmeiras disputam o título da Série A do Brasileirão. Antes da bola rolar pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Glorioso lidera a tabela com 73 pontos, três a mais do que o rival.
Nesta quarta (4), o time de Artur Jorge enfrenta o Internacional, no Beira-Rio, em Porto Alegre, enquanto a equipe de Abel Ferreira visita o Cruzeiro, no Mineirão. Os jogos são simultâneos, às 21h30 (de Brasília).
Governo de MG se manifesta
Vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo) criticou a atitude da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em determinar que a partida entre Cruzeiro e Palmeiras, pela 37ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, na próxima quarta-feira (4), às 21h30 (de Brasília), no Mineirão, seja disputada com portões fechados e sem torcedores.
Em contato com a reportagem da Itatiaia, Simões se mostrou contra a decisão da entidade e revelou que o Governo de Minas judicializou o tema para que os cruzeirenses possam ir ao jogo normalmente.
“Fiquei sabendo pela imprensa. E já judicializamos o tema contrário à decisão. Não faz sentido punir os torcedores do Cruzeiro pela barbárie da Mancha Verde”, disse o vice-governador, Mateus Simões à Itatiaia.
Nesta segunda-feira (2), através da assessoria de imprensa, Mateus Simões explicou que a preocupação é com a presença de torcedores do Palmeiras na capital mineira antes do jogo. O vice-governador disse que, dentro do Mineirão, a segurança seria garantida pelos agentes públicos.
Emboscada da Mancha Verde motivou pedido do MPMG
No dia 18 de novembro, o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, se manifestou defendendo que o jogo tenha torcida única. Ele destacou preocupação com o possível reencontro entre as torcidas de Cruzeiro e Palmeiras, depois da emboscada da Mancha Verde que deixou um membro da Máfia Azul morto, no fim de outubro.
“Temos um jogo ainda neste ano que nos traz preocupação. É o jogo entre Cruzeiro e Palmeiras. Já fizemos o pedido aos responsáveis para que o jogo seja com torcida única”, disse Simões em entrevista coletiva.
Nesse sentido, o Ministério Público de Minas Gerais encaminhou, na última sexta-feira (29), uma solicitação para a ausência de palmeirenses no duelo.
Veja a nota do Cruzeiro na íntegra
Sobre os recentes desdobramentos a respeito da situação da presença das torcidas na partida entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta-feira, às 21h30, no Mineirão, o Cruzeiro vem a público externar sua profunda insatisfação com a indicação para que o jogo aconteça de portões fechados.
O clube entende que a decisão em questão penaliza injustamente a sua torcida e a instituição, em termos desportivos, pois o compromisso tem importância fundamental na busca por uma vaga na Copa Libertadores, e financeiramente, para além do Cruzeiro, mas também para todos os envolvidos no evento, como fornecedores e trabalhadores.
Há dias, o Cruzeiro busca uma solução para o caso e mantém conversas ativas com o Governo do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público, a Polícia Militar, a Confederação Brasileira de Futebol e com a Federação Mineira de Futebol.
O clube confia nos órgãos de segurança pública do Estado para garantir que o evento ocorra com a devida seguridade. Contudo, diante do acontecimento recente, o Cruzeiro se posicionou preocupado, exclusivamente, com a segurança dos torcedores e da população, tanto dentro quanto fora do estádio, mantendo sua forte posição contrária a qualquer ato de violência. Caso não haja essa garantia, o Cruzeiro concebe que a partida conte com a presença de, ao menos, sua torcida.
O clube reforça que o fechamento dos portões, com a ausência da Nação Azul, configura uma penalização indevida, referente a um episódio que não foi motivado por torcedores do Cruzeiro, além de representar um prejuízo para o esporte em sua essência. O clube acompanha ativamente o desenvolvimento desta situação e almeja um desfecho assertivo para o caso.