A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou um ofício à Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG), nesta terça-feira (3), em que solicita uma reavaliação quanto à segurança da partida entre Cruzeiro e Palmeiras, pela 37ª rodada da Série A.
Até então, o jogo marcado para às 21h30 (de Brasília) desta quarta (4), no Mineirão, contará com portões fechados.
“Diante do exposto, a CBF solicita à PMMG a reavaliação de sua manifestação anteriormente emitida”, publicou a entidade no ofício enviado à PMMG. Ainda no documento, a CBF enfatiza que permite a presença de público apenas em caso de cruzeirenses e palmeirenses no Mineirão.
Isonomia
No último domingo (1º), a CBF determinou que não terá público no jogo ao ter ciência dos “severos riscos” de segurança expostos pelo MPMG e pela PMMG.
A possibilidade de torcida única também foi rechaçada pela entidade, que prezou pelo princípio da isonomia, visto que os cruzeirenses foram como visitantes ao jogo contra o Palmeiras em São Paulo.
Processo e Justiça
Tendo em vista a posição da entidade, o Governo de Minas e o Ministério Público de Minas Gerais entraram com uma Ação Civil Pública Cível nessa segunda-feira (2), na 11ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, contra a CBF. Na ação, o Governo de Minas e o MPMG pedem que a CBF libere a presença apenas de torcedores do Cruzeiro.
Porém, a 4ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias de Belo Horizonte ainda não deu parecer sobre a petição. Em documento assinado pela juíza Cláudia Aparecida Coimbra Alves, o órgão público se declarou incapaz de julgar o mérito da Ação Civil Pública (ACP), proposta pelo Governo de Minas e pelo MPMG.
Ainda sem resposta
A Itatiaia enviou a decisão da CBF para o vice-governador Mateus Simões (Novo), que tem acompanhado a situação e foi a voz do governo responsável por pedir torcida única, e para a equipe de comunicação do Governo de Minas.
A reportagem também entrou em contato com o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais, Fernando Ferreira Abreu, citado no documento da CBF. Até o momento, nenhum dos citados se manifestou sobre o assunto.
Para a partida ocorrer nos termos estabelecidos pela CBF, o Governo de Minas e a Polícia Militar de Gerais precisam acionar novamente a CBF e garantir a segurança dos torcedores de Cruzeiro e Palmeiras.
Além disso, o Estado teria que recuar da posição do vice-governador Mateus Simões, que pediu torcida única do Cruzeiro, e concordar com a CBF sobre a presença também de palmeirenses no Mineirão. Conforme a CBF, a Polícia Militar também precisa rever o posicionamento anterior.
Como a partida entre Cruzeiro e Palmeiras no 1º turno teve duas torcidas, a entidade máxima do futebol afirma que a presença apenas de torcedores cruzeirenses fere “os princípios da isonomia e equilíbrio técnico” da partida.