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Boca x Cruzeiro: imprensa argentina repercute caso de racismo na Bombonera

A imprensa argentina repercutiu nesta sexta-feira (16) o caso de racismo ocorrido durante o jogo entre Boca Juniors e Cruzeiro, na Bombonera, no jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Jornais tradicionais do país vizinho destacaram o ato do torcedor xeneize, que imitiou um macaco em referência aos brasileiros.

Os veículos de imprensa argentinos também reagiram ao comunicado oficial emitido pelo Cruzeiro. O clube mineiro condenou gestos e termos racistas proferidos pelos torcedores do Boca Juniors.

Diário Olé

O diário esportivo Olé, tradicional em cobertura esportiva, publicou matéria com o seguinte destaque: “A denúncia do Cruzeiro por racismo e a reclamação dos torcedores do Boca”.

“O clube brasileiro denunciou em suas redes sociais atos de racismo na Bombonera (uma pessoa imitou um macaco diante do viés visitante) e não está descartada até uma possível apresentação formal na Conmebol”, escreveu o repórter Nicolás Migliavacca.

Além de mencionar a reclamação do clube de Belo Horizonte, o site relatou que cruzeirenses rasgaram notas de dinheiro. Essa ação é tida como uma forma de tripudiar a situação econômica difícil na Argentina.

Para se ter ideia, na conversão de moeda, R$ 1 equivale hoje a 172 pesos argentinos.

“Por sua vez, os torcedores do Boca também reclamaram online e enviaram vídeos de torcedores brasileiros, a quem acusaram de aporofobia (em termos gerais, é o medo e a rejeição da pobreza e dos pobres) e de jogar das arquibancadas notas de peso rasgadas. O clube, por enquanto, não se manifestou ou repudiou esses acontecimentos nas redes”, diz outra parte da matéria.

Tyc Sports

Um dos canais mais importantes da Argentina, o Tyc Sports, em seu site oficial, também deu espaço para a reclamação do Cruzeiro sobre o caso de racismo. Com a manchete: ” Forte comunicado do Cruzeiro pelos atos racistas dos torcedores do Boca”

O Tyc Sports destacou a nota oficial emitida pelo clube celeste e lembrou que não é a primeira vez que casos de racismo acontecem relacionados aos torcedores do Boca Juniors.

“O Cruzeiro emitiu dura declaração alegando que os torcedores xeneizes cometeram atos racistas durante a partida que aconteceu ontem à noite no La Bombonera. A instituição brasileira condenou estes acontecimentos – que não é a primeira vez que ocorrem e pelos quais o clube já foi sancionado – e apelou ao “fim deste movimento criminoso”, publicou.

A matéria do Tyc Sports também relatou que torcedores do Cruzeiro zombaram da situação econômica difícil vivida na Argentina.

“Paralelamente, cabe destacar também que assim como alguns torcedores do Boca cometeram atos reprováveis, vários torcedores do Cruzeiro que ficaram na terceira bandeja da Tribuna Sul fizeram o mesmo. Como? Atirar notas, denotando que não têm valor, para zombar da situação económica que o país atravessa. Outra imagem repetida e vivida há poucos dias, durante a visita do Atlético Mineiro ao San Lorenzo”, disse, citando também o jogo do Atlético contra o San Lorenzo.

Crónica

Jornal de grande circulação na Argentina, a “Crónica” também relatou o episódio de racismo na Bombonera.

“De um local abaixo da arquibancada dos visitantes, um torcedor ergueu o olhar para onde estavam os brasileiros e gesticulou para eles com os olhos erguidos, emulando (ao que parece) as atitudes de um macaco. Da mesma forma, ele “descascou uma banana” e apontou para eles, o que foi registrado em um vídeo que já circula nas redes sociais”, destacou, publicando também o vídeo em sua página na internet.

Boca pode ser punido?

Por conta de casos de racismo, o Boca Juniors foi punido recentemente. Antes do começo da Copa Sul-Americana deste ano, o clube argentino divulgou várias sanções recebidas pela Confederação Sul-Americana.

Por conta de episódios no jogo contra o Palmeiras, em setembro do ano passado, pela Copa Libertadores, o Boca teve que pagar 100 mil dólares (algo em torno de R$ R$ 500 mil, teve redução de público na Bombonera, com 3 mil pessoas a menos em um dos setores do estádio. Além da obrigação de hastear uma bandeira com a frase: “Chega de racismo”.

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