Campeão de tudo na Espanha, Bateria retorna ao país para um novo desafio na carreira: ser o protagonista e atleta mais experiente do tradicional AD Sala, de Zaragoza.
— O Zaragoza tava na segunda divisão e subiu para a primeira esse ano. É um projeto diferente do que estou acostumado. É um clube com objetivo de se manter na 1ª divisão, uma equipe nova, sou o mais velho do time com 33 anos — conta Bateria ao ge.
Após ser revelado pelo Joinville, o ala se transferiu ao Inter Movistar para começou uma carreira brilhante na Espanha.
Por lá, Bateria também passou pelo Barcelona, Cartagena e Valdepeñas, totalizando 10 temporadas na Espanha. Ele conquistou a Supercopa da Espanha, a Copa da Espanha e a Liga da Espanha.
Contudo, no ano passado, Bateria foi em busca de novos desafios e se transferiu para a Itália, onde ficou por meia da temporada. Na outra metade, foi para a Letônia.
— Não me adaptei ao estilo de jogo [da Itália]. É mais físico, mais defensivo, permissivo por parte arbitral também, mas eu tava indo bem. Surgiu a oportunidade de ir para a Letônia e decidimos ter essa mudança. Decidi sair mais por uma parte profissional mesmo, de estar em um lugar que eu possa dar o meu melhor de estilo de jogo — explicou
No fim da temporada letã, o clube quis renovar o contrato, porém, Bateria recebeu o chamado da Espanha.
— Quando a Espanha bate na porta é complicado, as crianças cresceram aqui, o mais confortável é estar aqui. Conversei com o treinador e ele foi muito claro no que poderia tirar de mim, o que eu poderia dar para a equipe. O fato de ter conversado com ele, de voltar para a Espanha, de morar em Zaragoza, cidade no top 5 do país, pesou na decisão.
A Liga da Espanha começou no dia 11 de outubro, porém Bateria ainda não conseguiu estrear pelo AD Sala. Ele sofreu uma pequena lesão nos treinos, mas deve estar em quadra na 3ª rodada, no próximo dia 26.
— Tô desejando que chegue esse momento. O fato de passar um ano fora faz perceber o que tem aqui na Espanha, a qualidade em todos os sentidos. Espero que consiga estrear com vitória, e se tiver um gol do “vovô” a gente ajoelha na quadra — brincou.
Copa do Mundo
Foi na Espanha que Bateria foi convocado para defender a seleção brasileira. Em 2013, quando jogava pelo Inter Movistar, o ala conquistou o Grand Prix com o Brasil. No Barcelona, foi convocado para a Copa do Mundo de 2016, quando a seleção caiu nas oitavas de final.
— Fui privilegiado de participar de um Mundial, participei um pouco do ciclo em 2021, no início do Marquinhos [Xavier]. Acima de tudo, muitos jogadores a gente cresceu ou esteve junto na seleção sonhando conseguir aquilo ali. Eu e o Dyego crescemos sonhando em conquistar coisas pela seleção, Ferrão e Pito, jogamos juntos no Barcelona, a gente falava tanto disso, de chegar no topo. Me emocionei bastante porque é um sonho meu, mas também feliz porque eles conseguiram — revela Bateria sobre o título recente do Brasil.
Ao todo, Bateria tem 13 jogos pela seleção brasileira, com cinco gols e cinco assistências.
Bateria e Dyego são de Palmitos, cidade no Oeste de Santa Catarina, e, literalmente, cresceram juntos na vida e no futsal.
Nesta Copa do Mundo, Bateria viu o amigo ser campeão e eleito melhor jogador do torneio.
— Com seis anos era bola todo dia, saímos de casa juntos para começar a caminhada em Chapecó, moramos juntos, jogamos no Barcelona juntos, disputamos o primeiro mundial juntos em 2016. Crescemos, imaginamos coisas juntos, conquistamos coisas e ele conseguiu conquistar o topo. Muito merecido o título de melhor jogador da Copa também — conta.