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Banana completa 2 anos em Beltrão e se rende à cidade – LNF

• Francisco Beltrão | PR

Há dois anos, em 30 de junho de 2022, o Marreco anunciava a contratação de João Carlos Barbosa, o “Banana”. Três dias antes, ele foi demitido do Foz Cataratas e, com a saída de Fabinho Gomes do comando verde-preto, ficou pouco tempo desempregado. Desde então, se foram dois anos, 107 jogos, com 42 triunfos, 18 empates e 47 derrotas – aproveitamento de 44,8%.

Banana assumiu o clube num momento crítico, com um longo jejum de vitórias, críticas ao então elenco e mudanças, também, na diretoria. Apesar de passar o resto do ano lutando contra o rebaixamento, o Marreco de cara ganhou a cara do novo treinador. A primeira e, talvez, principal marca de Banana foi a valorização da base. Ele promoveu Gabriel Ligeiro e Athirson, que se tornaram protagonistas do time.

A temporada de 2023 foi sem grandes sustos, mas o time não avançou na Liga Nacional de Futsal. Por outro lado, o treinador iniciou bem o atual ano, com o Verde-preto liderando o Campeonato Paranaense e estabilizado na zona de classificação da LNF.

Números de Banana no Marreco: 107 jogos, 42 triunfos, 18 empates e 47 derrotas.

Apesar de ser a maior cidade do Sudoeste, com 96 mil habitantes, Francisco Beltrão é o menor município onde Banana trabalhou. Além de Foz do Iguaçu, o treinador natural de Joinville (SC) passou por Brasília (DF), Guarapuava, Passo Fundo (RS), Petrópolis (RJ), entre outras, além da experiência internacional no Cazaquistão, Espanha e Ucrânia.

“Aqui é diferente, porque a cidade é menor, parece que todo mundo conhece meu pai. É engraçado,às vezes, me cobram quando o Marreco perde”, diz Felipe Barbosa, filho do técnico.

Mas Banana está adaptado ao dia a dia de Beltrão. Já nos primeiros meses de trabalho no Arrudão ele demonstrava o desejo de permanecer na cidade por quatro anos.

“É um lugar aconchegante. Em todo clube quero ficar no mínimo quatro anos, a não ser que o resultado não apareça. Não só pra viver da cultura, mas pra dar retorno ao investimento feito em mim. Hoje meus filhos estão bem adaptados, estudam no Colégio Militar e Sesi. Tenho amizades, ando sozinho na cidade, porque é segura. Isso é importante pra mim.”

Rotina

Responsável por liderar mais de uma dezena de profissionais, Banana se descreve como alguém apegado à rotina e que tem dificuldade para se “desligar” do futsal.

“Quando saio do treino, passo tomar café, ou vou pra casa esperar pra buscar meus filhos no colégio e a ‘patroa’ pra almoçar. Eu tento me desconectar, mas sempre fico pensando no treinamento, no rendimento do atleta, em como posso me planejar. Na hora do almoço, mesmo assim, alguns assuntos são o futsal, que é a nossa vida. Pra descansar ou desconectar só cochilando, senão fico vendo mensagem, perguntando sobre atleta, jogos. É um pouco difícil. Eu gostaria de desconectar, mas é um vício”, diz.

Fora o apartamento onde mora e o Ginásio Arrudão, o local mais frequentado pelo treinador é a Praça do Calçadão. Por ali, estão a feira e a Concatedral, lugares da predileção do técnico.

“Sempre venho na feira também, pra comprar salame e mel. Tomar caldo de cana. O Salame é de qualidade, tanto que levo pra minha cidade, Joinville. Desço pro calçadão, olho o comércio, procuro conversar com os cidadãos, às vezes ouço algo sobre o Marreco. É importante porque vivo aqui com muito orgulho.  Tem cobrança, mas quando o time tá bem há muitos elogios. A igreja é algo que sempre frequento, agradecendo pela saúde, pelo povo beltronense.”

Outra atração apreciada por ele é o Campeonato Varzeano. “Adoro. Vou lá, converso com os amigos, vejo os jogos. É bacana, até pra esquecer o dia a dia de treino e cobrança. A gente ri, desfruta e conhece novidades.”

Cristiane, esposa do comandante verde-preto, também está habituada a Beltrão e trabalha como terapeuta, inclusive dando aulas na Uniasselvi. A filha, Manuela, se surpreende pela popularidade do pai. “A gente sofre quando ele perde, mas sabemos que isso faz parte. O meu irmão até brinca que a gente conhece tanta gente, mas é por conta do pai.”

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