Atletas se revoltam com tentativa de 3º mandato de atual presidente do COB

Paulo Wanderley, atual presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), se inscreveu em busca da sua terceira eleição para a presidência da entidade na noite desta terça-feira (10). O ato do mandatário da organização não foi bem vista pela Atletas pelo Brasil (ApB) e pela Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (CACOB), que classificaram o gesto como “retrocesso”.

Em nota pública, os dois meios que representam os atletas olímpicos brasileiros apontaram irregularidades para a ação. Além disso, apontaram os problemas que podem acarretar e o desrespeito ao estatuto.

“O Artigo 18-A da Lei Pelé, ratificado pela Lei Geral do Esporte, que garante melhores práticas de governança e transparência em Comitês e Confederações esportivas, é claro: somente poderão receber recursos públicos federais, inclusive o repasse de loterias, as entidades que adotarem determinadas medidas, dentre elas o limite de mandato de até 4 anos, permitida uma única recondução por igual período, aos seus presidentes ou dirigentes máximos. O próprio estatuto do COB também prevê apenas dois mandatos a seu presidente”, disseram as entidades.

Como Paulo Wanderley assumiu a presidência da entidade em caráter efetivo em outubro de 2017, após renúncia de Carlos Arthur Nuzman, de quem era vice-presidente e com quem havia formado chapa conjunta na eleição anterior, houve o questionamento se seria válida ou não a tentativa de mais uma eleição.

Entretanto, em 30 de outubro de 2017, Paulo Wanderley admitiu que já havia realizado a primeira eleição no comando do COB na época. Portanto, só poderia concorrer mais uma vez.

“Fui eleito para a presidência e isso envolve o presidente e vice. Então, estou no meu primeiro e teria direito a uma reeleição”, declarou o mandatário, em entrevista ao jornal O Globo.

Por fim, as entidades pediram um posicionamento do Ministério do Esporte sobre o tema.

“Reafirmando nosso compromisso com a boa governança e a integridade no esporte brasileiro, seguiremos atentos e vigilantes a possíveis novas candidaturas que não atendam às exigências da lei. Esperamos também que as autoridades públicas cumpram fielmente a legislação e o respeito a regras de governança, alternância no poder e boa gestão, e esperamos que o Ministério do Esporte se posicione sobre o assunto, já que não o fez até o presente momento”, concluíram a ApB e a CACOB em comunicado oficial.

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