Reportagem de: Vitor Gianluca
Na última quinta-feira (28/11), viralizou nas redes sociais um vídeo de uma criança de 4 anos de idade sofrendo maus-tratos em um colégio particular em Itaquaquecetuba, São Paulo. As imagens mostram a criança sendo amarrada em uma cadeira como forma de castigo. As gravações chegaram à mãe do aluno de forma anônima e o caso ganhou repercussão na internet após o vazamento. Nesta segunda-feira (02/12), O Diário conversou com o advogado de defesa do colégio, Décio Lencioni Machado, que reconheceu falhas nos procedimentos internos e atualizou a investigação do caso pelo lado da instituição.
Relembre o caso
O caso repercutiu após o compartilhamento das imagens de uma das câmeras de segurança do colégio, que mostram o momento em que uma funcionária da escola amarra a criança em uma cadeira e advertindo ela com relação ao comportamento. De acordo com Decio Lencioni Machado, representante do colégio, as imagens são do final de outubro e teriam sido compartilhadas com a mãe de forma anônima cerca de um mês depois do ocorrido, quando formalizou uma reclamação junto à diretoria da escola e registrou também o boletim de ocorrência na Delegacia de Itaquaquecetuba. Confira as imagens que circularam a internet abaixo:
Imagens são de outubro
Segundo Machado, após o vazamento das imagens, a escola puniu de maneira diferente três funcionárias, a auxiliar que amarrou a criança na cadeira, a professora que era responsável pela criança no momento em que o fato aconteceu e também uma outra auxiliar, que passou próximo ao local, viu e não tomou atitude. “O fato ocorreu dia 21 ou dia 22 de outubro. Então, nós estamos falando de uma diferença de um mês. Quando a instituição, através da coordenação, ficou sabendo. E, assim que tomou conhecimento, convocou as pessoas que supostamente estavam sabendo dessa atitude inadmissível e constatou que uma auxiliar educacional da instituição é aquela que aparece na imagem. A instituição, imediatamente, dispensou essa funcionária por justa causa“, afirma o representante.
Colégio desliga funcionária
Além da demissão, de acordo com o advogado, após o episódio de maus-tratos, o colégio teria chamado também a professora responsável por aquela turma, que falhou por não saber o que estava acontecendo com o aluno de sua responsabilidade naquele momento e suspendeu também uma outra auxiliar que passou pelo local e não tomou nenhuma medida. “Não é pra justificar o injustificável, defender o indefensável. As imagens que foram circuladas, não só eu, pessoalmente, sou absolutamente, radicalmente contrário, como a instituição também. Que não compactua nenhum tipo de violência com relação aos seus alunos, enfim, então é uma atitude que não há justificativa, tá? Isso nós deixamos muito claro. A imagem que nós vimos, que é um aluno de quatro anos sendo colocado numa cadeira e amarrado, é uma coisa impensável e inadmissível”, relata Machado.
Falha em procedimento interno
O advogado reconhece que a escola deveria ter contatado os responsáveis pela criança assim que tomou conhecimento do fato. “Acho que todo mundo fica abalado. Mas não poderia ter deixado de ajudar a família imediatamente. Isso, para mim, é a maior falha no procedimento, porque a instituição continua, até ouvindo pessoas envolvidas, para ver se tem mais gente para punir, se a história se comprova desta forma. Então, a família, a mãe, ela tomou conhecimento através de um envio anônimo do vídeo, mais recentemente. Não sei quem que enviou esse vídeo, não sabemos quem enviou. E foi aí que a mãe foi tomar providências perante a instituição, que, claro, mesmo que tardiamente se colocou à disposição dela, das autoridades policiais, como está efetivamente“, comenta.
Polícia investiga caso de maus-tratos
A Polícia Civil prossegue com as investigações do caso de maus-tratos no colégio particular. A mãe, registrou um boletim de ocorrências, na última quarta-feira (27/11), relatando alterações no comportamento do filho e suposta má conduta por parte dos educadores.
