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Cruzeiro: ex-jogadores relembram finais contra o Racing e analisam nova decisão

Cruzeiro e Racing-ARG se preparam para a terceira final internacional na história entre eles, às 17h (de Brasília) de sábado (23), no Estádio ueno La Nueva Olla, em Assunção, no Paraguai, pela Copa Sul-Americana. A Itatiaia conversou com ex-jogadores que relembraram as outras decisões e também comentaram sobre o atual momento.

Tristeza em 1988

Na primeira final, em 1988, o Racing saiu vencedor. Em junho de 1988, o Cruzeiro foi derrotado de virada por 2 a 1 no Cilindro, em Avellaneda, pela ida da final da Supercopa Libertadores.

Na volta, pouco menos de uma semana depois, os times empataram em 1 a 1 no Mineirão, em Belo Horizonte. Dessa forma, após jogo tenso, os argentinos fizeram a festa em BH e levantaram a taça de campeão.

Lateral-direito do Cruzeiro em 1988, Balu relembrou aquela decisão. Ele foi desfalque no jogo de ida e disse que os argentinos conquistaram a Supercopa quando “acharam” um gol no Mineirão.

“Argentino é embaçado quando joga contra a gente, time chato, lembro bem. Primeiro jogo fiquei fora, no segundo eles se defenderam e acharam um gol, aí complicou muito. É a escola argentina, eles sabem jogar essas competições. Mas nosso Cruzeiro não fica muito para trás”, disse o ex-jogador, à Itatiaia.

Já o ex-goleiro Wellington Fajardo disse à Itatiaia que o primeiro jogo da final foi o divisor de águas. A reação do Racing começou após marcação de um pênalti questionado pelos brasileiros pelo árbitro Hernan Silva, posteriormente convertido. Ele também lamentou a falta de um título internacional para aquela geração de cruzeirenses.

“Fomos muito roubados no jogo lá, o juiz chileno deu um pênalti e aí perdemos de virada lá. Foi decidido lá, aqui tentamos, eles acharam um gol e foi isso. Mas o bastidor daquilo foi ruim para essa geração, porque ela retomou o Cruzeiro em nível internacional, estadual, mas faltou esse título”, disse.

Wellington ainda afirmou que, pessoalmente, a derrota na final doeu ainda mais pois ele era cotado para servir a Seleção Brasileira. À época, o técnico Carlos Alberto Silva comandava o Cruzeiro e também a equipe nacional e conhecia bem o goleiro.

“Eu ainda lamento muito, porque também era cogitado para a Seleção, então senti muito. Foi bom, tiramos muita gente, o Nacional era o campeão do mundo, mas foi a maior tristeza da minha vida”, lamentou.

Vingança na Supercopa de 1992

Em novembro de 1992, na mesma Supercopa Libertadores, veio a alegria. O Cruzeiro começou a final com “o pé na porta” e goleou por 4 a 0 na ida, no Mineirão. Na volta, no Cilindro “esvaziado” pelo resultado da ida, o time celeste suportou a pressão, até com dois a menos, e perdeu por 1 a 0, sagrando-se na época bicampeão.

À época uma promessa do Cruzeiro, o ex-atacante Cleison disse à Itatiaia que, apesar do resultado da ida, tratou-se de um “jogo duríssimo”. O ex-jogador também afirmou que houve uma grande festa diante do excelente resultado inicial e do posterior título.

“Jogo duríssimo, time do Racing naquela época era muito bom. Jogo duríssimo na Argentina, onde perdemos o segundo jogo, mas no primeiro jogo, apesar do placar, foi um jogo difícil”, iniciou Cleison.

“O Cruzeiro fez um grande jogo, fizemos uma grande festa junto com os torcedores, Cruzeiro ganhou o título merecidamente, mas jogar contra time argentino sempre é complicado, principalmente se tratando de final”, completou o ex-atacante, que depois atuou como meio-campista.

Goleiro do Cruzeiro em 1992, Paulo César Borges relembrou o “passeio” no jogo de ida e os destaques do time. Apesar disso, assim como Cleison, o ex-arqueiro relembrou a dificuldade de se jogar no Cilindro na volta.

“No Mineirão, a gente lembra dos 4 a 0, teve a música do Boiadeiro, uma vitória muito bonita. Renato Gaúcho jogou demais ali no Mineirão, Roberto, foi uma festa. Depois, foi muita pressão em mim, mas arrumaram um pênalti e conquistamos pela segunda vez a Supercopa”, disse PC Borges.

Projeções

Os icônicos jogadores do Cruzeiro também falaram sobre a final de 2024. A Supercopa Libertadores já não existe mais, e tanto a Academia quanto a Raposa vão em busca do inédito título da Sul-Americana.

Cada um destacou um ponto, mas todos se mostraram, em certo ponto, confiantes no título do Cruzeiro. Fato é que todos eles torcerão para uma vitória celeste e um novo título internacional na galeria do clube.

Balu

“O futebol argentino todos conhecem, mas o Cruzeiro está acostumado. A gente está feliz com as mudanças, chegada do Pedrinho, vendo que estão investindo sério, o Cruzeiro a ser aquele que a gente conhece. Vai ser um jogo equilibrado, difícil, mas vejo o Cruzeiro com grandes chances de ganhar”.

Wellington Fajardo

“O time do Racing está muito certinho, mais consistente para a final. Uma final você tem que minimizar erros, e o time do Cruzeiro ainda está faltando algo. O Cruzeiro vai ter que fazer um jogo acima de todos os outros que o Diniz fez, mas como é um jogo só, pode ser. Cruzeiro tem mais camisa, mais títulos internacionais, já ganhou mais, um clube mais talhado para ser campeão, apesar de um trabalho”.

Cleison

“Uma final de jogo único, que é um pouquinho complicado, mas tem tudo para ser um grande jogo. O time do Racing é bom, mas o Cruzeiro também tem bons jogadores, tem um bom time, e final se resume a detalhe. Espero que o Cruzeiro possa ir bem focado, bem concentrado, procurar errar o menos possível e, se Deus quiser, sair com o título, que vai ser importante que dá direito a vaga na Libertadores. Próximo ano pode ser o ano da grande virada para o Cruzeiro”.

Paulo César Borges

“Vou estar fazendo um churrasco esperando a vitória, acho bem possível. Acho melhor o jogo único e campo neutro, porque não tem tanta pressão como é na Argentina, e ainda assim teremos as torcidas. Vão as direções também, hoje você chega na Toca e tem presidente para atender a gente, conhecem nossa história. Tenho muita curiosidade de ir para Belo Horizonte e conhecer o Pedrinho”.

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