Jaraguá do Sul está de luto. Nesta sexta-feira (16), o Sr. Alberto Taranto morreu aos 92 anos e deixa um grande legado na cidade, especialmente quando o assunto é relacionado a esporte.
Antes de fazer história no município ao Norte de Santa Catarina, Taranto ingressou no futebol nas categorias de base do Treze de Maio, em Florianópolis, quando tinha 12 anos. Após se destacar no time da capital, foi incorporado ao Exército e passou a defender o Atlético, formado por atletas das Forças Armadas.
Com ótimo desempenho no Campeonato da Primeira Divisão da Liga Florianopolitana e nas Olimpíadas do Exército, a jovem revelação chamou atenção de grandes clubes catarinenses e seu tio Giusepe Taranto, chefe do departamento médico do Flamengo, queria levá-lo para o Rio de Janeiro.
Porém, o tradicional Metropol, de Criciúma, antecipou-se e o convenceu a assinar contrato, inclusive concedendo-lhe alguns dias de férias antes de apresentar-se a equipe do Sul do Estado. Taranto então veio passar as férias na casa do irmão Armando em Jaraguá do Sul, mas o Metropol não esperava que ele nunca mais deixaria a terra jaraguaense.
Para manter a forma durante a folga, Alberto Taranto participou de alguns treinos do Clube Atlético Baependi, e encantou a diretoria do clube, que agiu rápido, reuniu-se com o Prefeito Municipal na época, Sr. Arthur Müller, e solicitou a sua intervenção para que o jogador permanecesse na cidade.
O clube Azurra era o principal reduto da UDN (União Democrática Nacional), partido que o elegeu prefeito. A cúpula udenista pagou a multa rescisória ao Metropol e Taranto tornou-se oficialmente jogador do Baependi, no dia 7 de maio de 1952, dois meses antes de completar 20 anos.
Visto com um jogador que misturava classe, elegância e garra, Taranto conquistou nove títulos da Primeira Divisão da Liga Jaraguaense de Futebol e disputou também nove Estaduais com a Azurra, tendo o terceiro lugar da edição de 1956 como a melhor campanha.
Em meio a esse período, ele ainda vestiu a camisa do Dom Pedro II, de Corupá, em 1953, sendo campeão da Copa Norte Catarinense e Regional Norte Catarinense, e vice-campeão da Liga Jaraguaense, além de defender o América, de Joinville, em 1957.
Ligação com futsal, Juventus e arbitragem
Depois do sucesso nos gramados, Alberto Taranto virou um dos pioneiros do futsal de Jaraguá do Sul e jogou pelo Bossa Nova nos primórdios da bola pesada, em 1959, e pelo Banco do Brasil, instituição em que foi funcionário de 1962 a 1985, quando se aposentou.
Em 1966, Taranto participou da fundação do Grêmio Esportivo Juventus e integrou a equipe de veteranos que antecedeu o profissionalismo no clube.
Quando “pendurou as chuteiras”, ainda tornou-se árbitro de futebol e integrou o quadro de árbitros da Federação Catarinense de Futebol durante 12 anos.