Reportagem de: Fabio Pereira
Trabalhar e estudar aquilo que se ama é o desejo de muitos brasileiros em todo o território nacional. Esta é a situação atual de Vinicius Eliezer Lins Oliveira, de 25 anos, residente no bairro Aracaré, em Itaquaquecetuba. Ele obteve uma vaga na Universidade Musikhochschule Münster, localizada na Alemanha. Agora, músico tenta angariar recursos para conseguir fazer a viagem e, desta forma, realizar o seu sonho.
A vontade de Vinicius de ingressar na universidade alemã ocorreu devido à participação de uma professora no Festival de Ouro Branco, evento que chamou sua atenção e despertou seu interesse. O jovem teve algumas conversas com a docente, que sugeriu o preenchimento de uma carta de intenção.
A primeira fase ocorreu de maneira on-line e também contou com envios de vídeos do jovem demonstrando suas habilidades musicais. Já para a segunda etapa, que aconteceu presencialmente, ele fez uma vaquinha entre amigos e familiares com o objetivo de custear os gastos do deslocamento.
“Eram duas provas teóricas e uma instrumental. O resultado não sai na hora, precisei ficar alguns dias na universidade. Alguns dias depois, recebi a carta de admissão dizendo que eu fui aprovado para ingressar já no semestre de inverno”, aponta Vinicius.
Agora, o músico busca recursos para conseguir comprar as passagens aéreas com destino à Alemanha, além da alimentação, a obtenção de roupas para o inverno, além do pagamento dos quatro primeiros meses de aluguel, tempo necessário para a regularização do visto. Para tal, organizou uma vaquinha em que é possível doar qualquer valor por meio da chave PIX: [email protected]. As aulas começarão no dia 1º de outubro.
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História
Vinicius explica que, desde cedo, esteve envolvido no mundo musical por influência familiar, principalmente dos seus pais.
“Sempre estive inserido no meio musical, meu pai era líder de louvor da igreja e a minha mãe sempre cantou com ele. Isso, por si só, já era um incentivo. Com apenas seis anos, ingressei em uma escola de música de Arujá, cidade em que morei dos 4 aos 11 anos”.
“A partir desta idade, meu pai sugeriu que eu fizesse aulas de bateria. Com o tempo passei a gostar bastante e me dedicar cada vez mais ao instrumento”, explica o jovem.
Ao longo do tempo, quando completou 15 anos, o jovem deu início ao curso de Edificações no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), no Canindé, bairro situado na zona norte da capital paulista. Mesmo com a grande quantidade de afazeres, ele permaneceu se dedicando à música, sendo que, nesta fase da sua vida, começou a tocar e estudar piano erudito.
Foi por meio de um professor de música que Vinicius descobriu sua paixão pelo violoncelo, um instrumento de corda pertencente à família do violino. Nesta época, ele já havia terminado o ensino técnico e, a partir disso, iniciou a graduação em Arquitetura e Urbanismo, tendo cursado apenas um semestre.
Apesar do grande envolvimento com a música, o jovem tinha receio de desistir dos estudos relacionados à construção civil para dedicar seus esforços à carreira artística.
“Fiz estágio e, ao final deste período, meus chefes disseram que o contrato não seria renovado, mas eles me incentivaram e relataram que enxergavam em mim uma veia artística. Eu achei isso ótimo porque já pensava nessa possibilidade, mas tinha receio e insegurança”, relata.
Em 2019, o jovem passou a se dedicar integralmente ao violoncelo, tanto em relação à prática quanto ao estudo do instrumento. Dois anos depois, em 2021, ele ingressou na Orquestra Jovem Tom Jobim. Neste mesmo ano, Vinicius também ganhou uma bolsa de estudos na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, mas decidiu sair no ano seguinte. “Atualmente vivo da música em eventos que, em sua maioria, são casamentos aos finais de semana”, finaliza.
