O Flamengo avalia os riscos e estuda fazer uma proposta para contratar Lucas Paquetá, meia da Seleção Brasileira e do West Ham, da Inglaterra. Há tratativas em andamento para repatriar o atleta que, neste momento, responde à denúncia de ter forçado o recebimento de cartões amarelos para beneficiar o mercado de apostas esportivas.
A negociação foi inicialmente informada pelo portal “ge” e confirmada pela Itatiaia. Diante da situação jurídica do jogador, o Flamengo buscou auxílio do escritório Bichara e Motta, especializado em direito esportivo e Fifa.
É o mesmo que atua no caso de Gabigol, que tem o recurso da denúncia de tentativa de fraude em exame antidoping na Corte Arbitral do Esporte (CAS).
O West Ham já informou que não tem a intenção de emprestar o jogador. A condição para o clube inglês negociá-lo é uma transferência definitiva, a fim de recuperar parte do investimento feito do meia brasileiro, comprado do Lyon, da França, por 60 milhões de euros em agosto de 2022.
A Federação Inglesa de Futebol (FA) ainda não determinou o resultado do caso. Se for punido na Inglaterra, caberá à Fifa retificar a suspensão para termos globais. Neste cenário, a defesa de Lucas Paquetá ainda pode apresentar recursos e levar o caso à Corte Arbitral do Esporte (CAS). O meia nega as acusações.
Entenda o caso de Paquetá
No dia 22 de maio, o meia do West Ham-ING foi indiciado pela Football Association (FA), a federação inglesa, porque teria forçado o recebimento de cartões em quatro ocasiões diferentes, com o objetivo de beneficiar o mercado de apostas, segundo aponta investigação de membros da entidade europeia. Paquetá nega.
O jogador foi acusado de quatro violações da Regra E5.1 da FA em relação à sua conduta nos jogos do West Ham na Premier League. As partidas seriam contra o Leicester City, em 12 de novembro de 2022; Aston Villa em 12 de março de 2023; Leeds United em 21 de maio de 2023; e Bournemouth em 12 de agosto de 2023.
“Alega-se que ele procurou influenciar diretamente o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência nessas partidas, buscando intencionalmente receber um cartão do árbitro com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas para que uma ou mais pessoas pudessem lucrar”, disse a FA em nota oficial.
Paquetá imediatamente publicou uma resposta em suas redes sociais com um ar de incredibilidade, alegando que cooperou com as investigações e que é inocente.
“Estou extremamente surpreso e chateado com o fato de a FA ter decidido me acusar. Cooperei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações que pude durante estes 9 meses. Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome. Devido ao processo em andamento, não fornecerei mais comentários”, escreveu o meia.
A posição da CBF para convocá-lo
Apesar do imbróglio judicial e a possibilidade de punição, a CBF decidiu manter Lucas Paquetá entre os convocados e à disposição de Dorival Júnior na Copa América.
A CBF enviou um ofício à FA com diversos questionamentos a respeito do indiciamento. Entre as perguntas estava se ele foi suspenso preventivamente, o que foi negado. E também se havia uma data para que uma decisão, se haverá ou não punição, seja anunciada. A FA respondeu que “informaria no futuro a CBF sobre prazos”.
A Itatiaia apurou que, além do documento oficial, a direção da CBF conversou nos bastidores com membros da FA e duas informações importantes foram repassadas:
Não haverá uma definição até 14 de julho, quando acaba a Copa América. Havia um receio dentro da CBF de que uma suspensão de Paquetá em meio à competição abalasse o grupo, além, claro, da possibilidade de ficar com um jogador a menos no elenco.
Se a FA o suspender de partidas dentro da Inglaterra, será preciso ainda que a Fifa o proíba de jogar no restante do planeta, o que pode demorar um tempo entre a divulgação da suspensão pela FA até a Fifa emitir seu parecer.
Mesmo assim, a CBF ficaria em incômoda situação com o meia no grupo, mesmo se a punição, em um primeiro momento, não alcançasse a Seleção e a Copa América;
A segunda é de que o prazo que Paquetá tinha até esta segunda-feira (3) para apresentar sua defesa deveria ser estendido, pela complexidade do caso. Ou seja, mais um dado de que qualquer definição não ocorrerá nas próximas semanas.
Lucas Paquetá foi formado nas divisões de base do Flamengo. Foram 44 jogos antes do garoto do Ninho ser vendido ao Milan, em 2018, por 35 milhões de euros (R$ 150 milhões à época).
Em 2020, o clube italiano vendeu o meia ao Lyon, da França, por 20 milhões de euros. Ao todo, as transferências de Lucas Paquetá já somaram 115 milhões de euros.
Acompanhe CNN Esportes em todas as plataformas
Compartilhe: