Nos círculos de futebol dos EUA, Peter Vermes é conhecido por sua carreira como jogador ao ar livre, inclusive como membro da seleção americana na Copa do Mundo da FIFA Itália 1990™, e como o atual técnico mais antigo na Major League Soccer, servindo no comando do Sporting. Kansas City desde agosto de 2009. O que talvez muitos não saibam é que Vermes integrou a seleção dos EUA na primeira Copa do Mundo de Futsal da FIFA™, realizada na Holanda em 1989.
Vermes, juntamente com outros jogadores pioneiros dos EUA, como Tab Ramos, Bruce Murray e outros, participaram do evento de 16 equipes e não apenas se saíram bem, mas também venceram os eventuais campeões e gigantes do futsal, o Brasil, rumo ao terceiro lugar. Vermes também atuou individualmente, marcando seis gols.
Mais de 35 anos depois, Vermes disse à FIFA que ainda olha para aquele torneio com muito carinho e aprecia as memórias que guardou.
FIFA: Como foi sua experiência na primeira Copa do Mundo de Futsal da FIFA?
Peter Vermes: Foi uma época fantástica. Nós nos divertimos muito. Tínhamos uma ótima equipe técnica que estava embarcando em algo pela primeira vez. Tínhamos um ótimo grupo de rapazes, todos tinham uma ótima atitude, uma ótima mentalidade. Eu não acho que o US Soccer estava esperando muito, então sempre que ligávamos de volta para contar como estava indo, eles caíam das cadeiras (risos) . A camaradagem do grupo foi fantástica. A comissão técnica fez um ótimo trabalho ao nos administrar. Eu pensei que eles eram tremendos.
Qual foi a chave para esse desempenho?
Acho que nosso técnico John Kowalski teve muito a ver com isso. Ele treinou a seleção nacional [ao ar livre] por um período de tempo, às vezes chegava como assistente, então eu o conheci ao longo dos anos. Ele montou esse grupo e nos recrutou e disse: ‘Ei, tem essa Copa do Mundo de Futsal. Aqui está como vamos fazer isso. Faremos uma turnê principalmente pela costa leste de Nova Jersey e jogaremos alguns jogos lá primeiro para treinar, e depois iremos para a França e treinaremos muito lá, jogaremos em vários times, e então vamos para voltarmos à Holanda, onde será a Copa do Mundo.’ Ele basicamente apenas nos perguntou se queríamos fazer parte disso. Foi assim que ele recrutou sua equipe.
John e sua equipe fizeram um ótimo trabalho na forma como nos prepararam e nos prepararam para a Copa do Mundo. Eles foram incríveis. John foi excelente na forma como lidou com o grupo. Eu realmente sempre gostei de tocar para John. Ele era um grande ser humano e tinha uma maneira muito boa de trabalhar com os caras em campo.
O Brasil tem apenas quatro derrotas em Copas do Mundo de Futsal, uma delas em 1989 para os EUA. Isso te deixa orgulhoso?
Não estou surpreso, para ser honesto. De certa forma, revolucionamos um pouco o futsal. O nosso goleiro [Lachowecki] jogou com os pés e os goleiros simplesmente não fizeram isso. Ele era como ter um quinto atacante e isso realmente nos ajudou. Acho que nas futuras Copas do Mundo de Futsal você viu as equipes começarem a fazer isso também.
Como foi terminar no pódio em terceiro?
Foi irreal e, na verdade, ficamos muito decepcionados porque deveríamos estar na final pela medalha de ouro. Nós realmente deveríamos ter feito isso. Éramos uma boa equipe. Foi uma grande conquista e naquela época acho que foi a primeira medalha que uma seleção nacional conquistou no lado masculino.
Você ainda acompanha o futsal?
Eu assisti alguns jogos aqui e ali quando eles estavam acontecendo. Estou profundamente impressionado com o avanço, as táticas e a habilidade dos jogadores. É incrível. Definitivamente, deu grandes passos em frente.
Quem foi o melhor jogador de futsal que você já viu?
O brasileiro Ronaldo foi um grande jogador de futsal e Ronaldinho também. Ronaldinho foi um grande jogador de futsal e passou a maior parte de sua juventude no futsal, então eu diria esses caras. Acho que é uma grande razão pela qual eles são tão bons tecnicamente.
Você incentiva os jogadores da academia do Sporting Kansas City a jogar futsal?
Nós fazemos. Como aqui temos inverno, a nossa galera joga futsal no inverno. Acho que é um aspecto importante para o desenvolvimento técnico de um jogador.
O quanto essa experiência na Copa do Mundo de Futsal ajudou você em sua carreira outdoor?
Isso me deu muita confiança. Sempre que você está jogando qualquer parte do jogo e obtendo sucesso, isso lhe dá confiança. É incrível o que pode acontecer. Por exemplo, jogamos esse amistoso na Bélgica e eu joguei contra esse cara, e um ano depois fui a um teste na Bélgica por um time outdoor, o Standard Liege. Não deu certo porque não consegui autorização de trabalho lá, então fui para a Hungria e joguei lá, e no ano seguinte vim para um time da Holanda e aquele cara estava no meu time. É incrível como o mundo do futebol é pequeno.
